O Banco Central emitiu, na última terça-feira (12), um parecer favorável à criação do Banco Digital Caixa, acendendo o alerta para a privatização de mais uma subsidiária da instituição financeira. Isso motivou a realização de protestos em centenas de cidades brasileiras nesta sexta-feira (15).
A tecnologia usada para o Banco Digital Caixa foi desenvolvida pelos empregados de carreira da empresa e disponibilizada à população. Por meio da plataforma on-line é feito atualmente o pagamento de todos os benefícios sociais operados pela Caixa, como por exemplo, o auxílio emergencial.
Porém agora, Bolsonaro, juntamente com a direção da Caixa, quer entregar mais este patrimônio do povo brasileiro. Se isso ocorrer, o lucro do banco, que poderia ser revertido em ações para o desenvolvimento do País, será entregue aos interesses do capital privado. A empresa deixa de atender o interesse social e passa a trabalhar única e exclusivamente para os interesses dos acionistas, ou seja, gerar lucro a qualquer custo.
Manifestações
Uma das cidades catarinenses onde ocorreu manifestação foi São José. A direção do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Florianópolis e Região (Sintrafi) realizou um ato em frente à agência da CEF localizada no bairro Praia Comprida, onde também funciona uma unidade da Superintendência Regional do banco.
Retrocessos
A agenda de ataque e desmonte das empresas públicas segue intensa no governo Bolsonaro. Nesta semana, o Banco do Brasil anunciou que durante o primeiro semestre deste ano serão fechadas 361 unidades, sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento. Além disso, o banco abriu um novo Programa de Demissão Voluntária e a previsão é de que cerca de cinco mil trabalhadores façam a adesão.
O Banco do Brasil atua em áreas importantes como o crédito rural, via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), além de grandes contribuições para o esporte, cultura e sustentabilidade do País.
Manifestações contra as medidas de reestruturação do BB também foram realizadas em inúmeras cidades nesta sexta-feira (15):
Mobilização será fundamental
Para barrar as políticas promovidas por Bolsonaro de sucateamento das empresas públicas, a mobilização da categoria é imprescindível e determinante.
Com o desmonte das estruturas públicas, perdem todos. Os trabalhadores da Caixa e Banco do Brasil estão cada vez mais sobrecarregados, cumprindo metas abusivas e tendo que conviver com o risco iminente de privatização das duas instituições financeiras. Já a população deixa de ser atendida como deveria, ficando prejudicada com a queda na qualidade dos serviços prestados.
A Caixa acumula nos últimos anos um déficit de aproximadamente 19 mil empregados, ao mesmo tempo em que a direção da empresa afirma que novas contratações estão descartadas. Para o Banco do Brasil, Bolsonaro prepara uma reestruturação que irá impactar fortemente a estrutura da organização e a vida dos funcionários.
Os bancos públicos, assim como todas as demais empresas públicas, são patrimônio dos brasileiros, construídos por gerações, e, além dos serviços oferecidos, cumprem um papel social primordial. Privatizar significa entregar ao capital privado algo que pertence à sociedade. É dever de todos reagir e lutar em defesa dessas instituições.
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