Islândia reduziu horas trabalhadas, iniciativa defendida também pelo movimento sindical brasileiro, e país nórdico cresceu 5%, segunda maior taxa na Europa. Islandeses detêm o maior índice de sindicalização no mundo: 91%
Na Campanha Salarial da categoria bancária 2024, os sindicatos incluíram na pauta de reivindicações, o modelo de redução da jornada para quatro dias semanais, mantendo os mesmos ganhos salariais e de direitos. Muita gente achava que a proposta dos sindicatos era surreal e impossível. Mas a maioria dos países mais desenvolvidos da Europa e do mundo vem mostrando que o movimento sindical brasileiro tem razão: A medida garante maior qualidade de vida e de trabalho para o empregado, produtividade e ganhos também para as empresas e o crescimento da economia dos países.
A Islândia é o primeiro país a adotar oficialmente a iniciativa o que levou a economia do país dar um salto, com crescimento de 5%, o segundo maior índice dos países mais ricos da Europa. Na Alemanha, a mais poderosa economia da Europa, 73% das empresas que fizeram o experimento não vão retornar a jornada anterior de cinco dias na semana. Portugal, Reino Unido, Finlândia, Suécia, Noruega, Dinamarca e outras nações desenvolvidas também começam a experimentar o modelo que está revolucionado o mundo do trabalho. No Brasil a organização sem fins lucrativos 4 Day Week e a brasileira Reconnect Happiness at Work realizam a experiência e os testes também têm mostrado que a redução da jornada melhora indicadores como estresse da força de trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional do funcionário e melhores resultados financeiros das empresas.
Porque se sindicalizar
Outro aspecto importante na melhora das condições de vida e de trabalho dos funcionários das empresas e da produtividade está relacionado à sindicalização dos trabalhadores. Estudos acadêmicos mostram que as nações mais desenvolvidas do mundo e com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) são os que possuem maior índice de sindicalização. O segredo da qualidade de vida do povo islandês está na alta qualidade da educação, mas também no alto índice de sindicalização: 91% dos trabalhadores são sindicalizados (veja o ranking no quadro acima). Na direção contrária, a Estônia, o país mais pobre da Europa Ocidental, tem uma densidade sindical de menos de 5%.
"No mundo inteiro vemos que trabalhador coletivamente organizado representa melhor qualidade de vida, de saúde e de trabalho, mais renda e emprego decente e as nações socialmente mais desenvolvidas servem de exemplo para nós, brasileiros”, disse a presidenta em exercício do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco, criticando o modelo de exploração e pressão por metas dos bancos no Brasil, que adoece trabalhadores e é contraproducente.
O caso dos EUA
Muita gente busca explicação para a redução histórica do poder de compra do trabalhador nos EUA. Ninguém, há décadas atrás, poderia imaginar que as ruas de Nova Iorque estariam, um dia, tomadas de moradores de rua, como hoje. A queda no índice de sindicalização pode explicar, em parte, este declínio. No auge de sua economia, nos anos 50 e 60, mais de 54% dos trabalhadores americanos eram sindicalizados. Hoje este índice caiu para 10%. O atual governo democrata da maior economia do mundo confirma esta relação entre trabalhador organizado e desenvolvimento econômico.
Em setembro do ano passado, o presidente dos EUA, Joe Biden, se juntou a um piquete de grevistas do setor automotivo.“Os sindicatos constroem a classe média”, afirmou Biden elogiando os trabalhadores em greve.
Fonte: Imprensa SeebRio
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